“Quando a Deca, aliás a Cia. Cerâmica Jundiaiense, iniciou suas atividades, Jundiaí ainda se escrevia com h (Jundiahi), tinha menos de 10 mil habitantes e suas ruas não possuíam calçamento. Começamos tudo com a poesia dos mocinhos. Éramos nove engenheiros, uma equipe que nascia nos bancos da Politécnica – a rede de esgotos do bairro de Pinheiros, em São Paulo, foi trabalho nosso – queríamos criar, não fossilizar. Foi quando decidimos fabricar isoladores de porcelana para o uso elétrico. Falando sério, ninguém entendia nada de cerâmica. Enterramos muito dinheiro na empreitada, mas não a esperança. Esse primeiro insucesso ligado à cerâmica não serviu para desanimar o grupo. E, em 1922, Eloi Chaves e Edmundo Krug nos chamaram a Jundiaí, oferecendo por 1.200 contos suas fábricas de cerâmica de barro para esgoto. O desafio foi aceito. Nascia a Companhia Cerâmica Jundiaiense. E o mais pitoresco disso tudo é que ninguém entendia nada de cerâmica. Foram contratados técnicos e a produção inicial da fábrica restringia-se à louça de pó-de-pedra: xícaras, pratos, tigelas etc. Devagar, foi iniciada a fábrica de louça sanitária. Naquele tempo, a louça era feita em 14 fornos redondos e intermitentes, substituídos em 1950 por dois fornos-túneis, de 75 metros de extensão. A Cia Jundiaiense teve, no princípio, que enfrentar inúmeras dificuldades com os concorrentes. Eles se incomodaram tanto com a nossa chegada, que tentaram tudo para nos desanimar. Éramos obrigados a vender cada peça por 22 mil réis, sem lucro nenhum. E nesta época a grande concorrência vinha do exterior, da Inglaterra.” Passada a tempestade, a companhia se firmou e no final da década surgiu para o Dr. Manoel Ildefonso um outro desafio. Fundiu-se com a Pozzi, de Milão, da qual o vaticano era o maior acionista. “Ficamos sócios do papa. Tínhamos 51 por cento das ações e o Vaticano 49 por cento. A união com o Vaticano durou pouco tempo, devido à crise europeia.